quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Fez-se

Do amor fez-se nascido
Do nascer fez-se o existir
Do existir fez-se o deslumbramento
E de deslumbrado fez-se louco
Da loucura fez-se perdido
Do sofrer fez-se vivo
Vivo fez-se trabalho, sexo, jantares longos, sorrisos curtos
Medíocre fez-se.
Fez-se triste, sozinho
Fez-se sussurrado, amargo
Amando fez-se vago
Vago fez-se vagando

Vagando fez-se melódico
Fez-se tanto
Fez-se nada

Fez-se poeta.



Murilo Abreu e Luiz Felipe Leal