quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Apelo

Eu, sorrisos femininos, hipocrisia-medo, ombros pequenos e cansados.
Mente insincera, dizem os outros. Fato de espelho.
A terceira prosa do meu espírito se explode em pedaços de fatos incabíveis, eu sou eu em mil facetas, e às vezes tudo o que lhe digo é mentira, acredite.

Você que é linda no seu choro de chuva, embriagada esquece de cobrir as pernas, a pele branca entorpece meus dedos que há tempos só sabem (d)escrevê-la.
Desfarce seus sorrisos de jogos dúbios, respeite as atrocidades do tempo, meu bem. Supere as perdas, querida. Vá adiante, coitada. Coitada.

Estou ainda nas dobras do seu vestido de sexta, declamando meus horrores para ver se você se enoja do meu nojo.
Me escute. Evite a esquina dos bares, a calçada de pedras, a flor seca dentro do livro, meus bilhetes de meias-verdades. Me evite.
Não sou bom, tenho chorado demais o futuro que arde em chegar, tenho traído meus focos. Ando descuidado, quebrando bens de valor, sufocando saudades, virando copos demais, ando terrível.

O mundo se transforma na tempestade ingrata de viver e eu já não sei se é por aqui que quero ficar.
Faça suas malas, e vá-se embora de mim.