segunda-feira, 30 de junho de 2008

Lágrimas

Queria escrever sobre a loucura da vida. Sobre tudo que arde forte dentro de mim. Mas não consigo. Quando espremo toda minha alma em busca de palavras, só acho lágrimas.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Estiagem

Querido amigo,

já não o vejo há 15 dias e mil pôres-do-sol.
Temo ter de engavetar nossos velhos traumas e encadear na trama falsa de infelicidades mais um esquecimento rotineiro. Quis mandar um telegrama, mas perder as conjunções seria o mesmo que perder o mais que nos une e como carta dramatizo saudades, às vezes irreais, egoístas e impróprias, que talvez não lhe contasse nunca.

Na verdade, não quero vê-lo.
Na verdade, da saudade e da pena que sinto de mim por tê-la, faço-me forte e bravio sigo. Sigo péssimo. Pessimistazinho, engolidor de cigarros, entusiasta da solidão. Tolo.

Na verdade, quero muito vê-lo.

Tenho saudades do passado.
Tenho saudades de tudo.

terça-feira, 17 de junho de 2008

sobre estar só

Hoje, em meio aos papéis do dia, coube um beijo.

Talvez escreva algo amanhã.
Talvez receba um sorriso amarelo, passado.

E então voltarei aos papéis.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Além do mais

Peço perdão a mim mesmo, por me privar do tempo.

O futuro chegou, feito concreto, palpável,
e não enxergo nele os meus sonhos e anseios.
A angústia, a efemeridade, o grito, o tédio, o vento, amores curtos, sorrisos breves, e tudo que em milhões de tempos viveram muitos, e agora eu.

Já não são os mesmos nem a alma, nem o choro que dela saía.

Maldita geração que vive.
Bendita vida que a consome.