sábado, 31 de maio de 2008

31/05

De céu bem aberto você me recebe. Em alguns domingos de tardes vazias e todos os dias com seus concretos bem armados. Trazendo aconchego a minha alma já desgastada pelas aventuras do passado. Suas prostitutas, seus carros velozes, seus hidrantes amarelos. Tudo vai me tocando profundamente, e aos poucos, vou rasgando suas calçadas com as marteladas do meu tênis. A fumaça do meu cigarro já não polui o seu ar e a batida do meu coração parece às vezes se confundir com a movimentação de suas ruas. Seus dias se abrem em mil sóis e mil mistérios a se desvendar. E quando a noite chegar, sei que a lua estará posta, os mendigos estarão cantando, e os resquícios da madrugada irão me acordar no auge dos meus sonhos.